De modo geral, diversos fatores impactam diretamente as atividades do transporte de cargas, sendo que um deles é o diesel, o principal combustível usado nas operações do modal rodoviário, uma vez que abastece os caminhões e as carretas.
Sendo assim, ele geralmente representa boa parte das parcelas dos custos operacionais do setor, ainda mais quando sofre mudanças no seu preço ao longo do ano.
Neste sentido, a GLOG aborda quais são os principais impactos da variação no preço do diesel no transporte de cargas. Confira:
Custos operacionais
Nas operações rodoviárias, o diesel costuma representar entre 30% a 50% dos custos totais das operações logísticas. Dessa forma, quando ocorre um aumento no seu preço, elevam-se os custos por quilômetro rodado, consequentemente, reduzindo a margem de lucro dos negócios, ou ainda, forçando reajustes no valor do frete. Com isso, afeta tanto as transportadoras quanto os profissionais autônomos do setor.
Contudo, empresas que trabalham com contratos de longo prazo e sem cláusula de reajuste imediato são especialmente afetadas. Além do mais, as empresas menores ou autônomas têm menos poder de repassar custos rapidamente, o que diminui a lucratividade.
Formação de preços do frete
Quando há um aumento no diesel, algumas transportadoras usam cláusulas conhecidas como gatilho, ou tabelas de frete que ajustam o valor conforme o preço do diesel. Enquanto, outras normalmente dependem de negociação, o que pode levar um certo tempo.
Por conseguinte, isso eleva os custos logísticos dos produtos, sobretudo quando se trata de cargas de baixo valor agregado, onde o transporte representa uma parcela maior do preço final.
No entanto, quando todas as transportadoras aumentam os preços, mantém o equilíbrio no mercado. Embora, quando estão em períodos de baixa demanda, os transportadores tendem a absorver parte do custo a fim de não perder clientes.
É importante salientar que quanto mais caro o valor do frete, maior serão as chances de encarecer os insumos e produtos, afetando diretamente cadeias de suprimento e os preços ao consumidor.
Efeitos macroeconômicos e estratégicos
Como 60% das mercadorias no Brasil são transportadas por meio de rodovias, o aumento no diesel influência os custos logísticos em diversos setores importantes como o de alimentos, materiais de construção, combustíveis, bens de consumo e outros. Assim sendo, isso acarreta na pressão inflacionária, pois os custos de transporte são repassados ao consumidor final.
Por essa razão, quando há grandes oscilações no valor do diesel, a maioria das empresas do setor buscam adotar práticas estratégicas relacionadas a otimização das rotas, além de investimentos em manutenção preventiva e treinamentos de motoristas para condução econômica. Assim também, optam ainda por renovação da frota para veículos mais econômicos, uso de biocombustíveis, ou até mesmo realiza a migração parcial para modais alternativos como ferroviários e hidroviários.
Portanto, o diesel é um dos principais fatores de impacto dos custos do frete no transporte rodoviário de cargas. Desse modo, quando ocorre aumento no combustível, isso também afeta toda operação logística, sendo necessário a adoção de estratégias com intuito de minimizar os custos e tornar os fretes menos onerosos.